2011-03-06 12:46
O ano de 2011 inicia e o novo governo de Dilma anunciou mais um ataque à população brasileira. Dessa vez os cortes de gastos no serviço público federal irão chegar a R$ 50 bilhões. A medida foi apresentada na última sexta-feira pelo ministro da Educação Fernando Haddad após reunião com a ministra do Planejamento Mirian Belchior quem aconselhou o corte.
A tesourada representará 1,3% a menos no orçamento do ensino público. O equivalente a R$ 1 bilhão. Dinheiro que vai faltar na manutenção do ensino federal e principalmente na abertura de novos concursos públicos para contratação de efetivos para suprir a falta de funcionários e professores nas universidades.
O caso pior são o dos cursos do REUNI, pois segundo o governo por falta de verbas os 3.500 professores que deveriam ser efetivados pro concurso público serão contratados por regime temporário, ou seja, uma verdade operação “tapa buraco” do MEC vai ser feitas nos próximos dias.
Os 10% garantidos na Constituição Brasileira não são respeitados
Nesse ano que passou a ANEL lançou na plenária de Santos - SP a “Campanha Nacional pela Qualidade no Ensino”. Em diversos estados os ativistas da Assembléia Nacional dos Estudantes Livres realizaram atos e audiências públicas com reitorias para discutir a melhoria do ensino. Este ano o orçamento do MEC seria de 72,8 bilhões e o governo apresentou o rebaixamento para 71,8 bilhões, o que não ultrapassa os 4% do PIB – Produto Interno Bruto brasileiro. A Constituição Federal obriga os governos federais a investirem 10% do PIB, porém durante a década de 90, o governo FHC criou a lei de desregulamentação e passou a investir apenas cerca de 4% do PIB desviando o restante para o pagamento da dívida externa.
Lula não mudou a situação da educação. Dilma prossegue com os ataques e cortes
A grande esperança dos movimentos sociais principalmente o movimento da educação e estudantil era de que Lula ao ser eleito fosse por fim ao sucateamento sofrido pela educação. Porém Lula frustrou aos movimentos e continuou a investir apenas 4% do PIB na educação e principalmente acelerou o processo iniciado por FHC de privatizar as escolas e universidades. Segundo o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior – ANDES entidade filiada a CSP-CONLUTAS, o grande problema da educação é o seu financiamento, ou seja, se respeitássemos o investimento de 10% do PIB a situação seria outra no Brasil.
Mobilizar os estudantes contras os ataques
Um papel importante vem cumprindo a ANEL em todo o país através de atos e atividades promovidas pelas assembléias estaduais e executivas. Do outro lado da trincheira está a UNE – União Nacional dos Estudantes. A UNE cumpre um papel cada vez mais sórdido no movimento estudantil. Nos últimos 10 anos a UNE foi incapaz de realizar qualquer questionamento aos cortes de gastos na educação. Pelo contrário demonstrou profundo apoio todas as vezes que o governo anunciou diminuição dos recursos para os serviços públicos.
É por isso que os ativistas da ANEL romperam com essa entidade burocratizada e atrelada ao governo incapaz de questionar qualquer medida do governo federal e vieram construir uma entidade que realmente proteste pela melhoria na educação. Uma educação de qualidade e a serviço dos trabalhadores.
por Walter Santos – estudante de Ciências Sociais da UFPA e Coordenador Geral do DCE UFPA
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Estudantes do Campus de Soure da UFPA se organizam para lutar pela educação de qualidade
2011-03-06 12:45
ANEL ajudou na organização da assembléia geral e na fundação do Novo CAL – Centro Acadêmico de Letras.
Diante da necessidade de se organizarem para lutar por uma educação de qualidade, os estudantes do campus de Soure, no último dia 16 (quarta-feira), realizaram uma maravilhosa assembléia geral e discutiram temas importantíssimos sobre o ensino e a organização estudantil. Após uma importante discussão os estudantes de letras com habilitação em língua portuguesa, francês, inglês, espanhol e libras deliberaram a refundação do Novo CAL - Centro Acadêmico de Letras para representar os estudantes do curso e para organizar as importantes lutas a serem travadas pela melhoria do ensino no campus.
O Campus de Soure possui problemas estruturais e precisa avançar na política de assistência estudantil
Soure é um município localizado na Ilha do Marajó e é conhecida por ser uma importante cidade turística do estado do Pará e recebe turistas de todo o mundo. Uma imagem que vem logo a cabeça das pessoas quando se fala de Soure no Marajó são seus búfalos tratados de forma doméstica pelos moradores do município. O Campus da UFPA fica localizado no extremo da cidade e possui um papel muito importante para a economia e desenvolvimento social da região. Embora tenha ao redor uma beleza estonteante, o campus, possui graves problemas estruturais como falta de laboratórios, salas de aulas, professores, ônibus para visitas técnicas, atendimento para a comunidade e etc. Além disso, os estudantes reclamam da falta de bolsas de pesquisa e extensão, Restaurante Universitário e moradia estudantil para receber os estudantes oriundos de fora do município.
Novo CAL será fundamental para organizar as lutas
Presente na assembléia estava um membro da primeira gestão do CAL, do ano de 2003. Ela relatou que o CAL/Soure foi muito importante para que o campus não fosse fechado anos atrás: “a idéia da reitoria era fechar o campus”, relatou a estudante. Durante a assembléia geral. Também foi eleita por aclamação a nova diretoria do Cal/Soure que de imediato irá marcar a primeira reunião do CAL e se preparar para levar uma delegação a IV Assembléia Nacional da ANEL que será realizada no dia 19 de março em Belém. A participação da delegação na IV Assembleia Nacional será fundamental para a consolidação da reorganização do movimento estudantil em Soure e principalmente da ligação das lutas locais com as nacionais através da ANEL.
ANEL apoiou a reconstrução do CAL/Soure
A assembléia geral contou com o apoio da ANEL - Assembleia Nacional dos Estudantes Livres através do estudante Walter Santos da Executiva estadual e coordenador geral do DCE – UFPA que realizou um amplo debate acerca do movimento estudantil nacional frisando principalmente a necessidade de se organizar e consolidar uma nova entidade do movimento estudantil. A UNE não cumpre mais o papel de organizar as lutas por uma educação de qualidade e a serviço dos trabalhadores. Este papel deve a partir de agora ser levado a cabo pela Assembleia Nacional dos Estudantes Livres – ANEL. A cada dia que passa, a cada nova luta em curso, a cada demanda, a ANEL tem demonstrado ser uma entidade realmente comprometida com as necessidades e reivindicações dos estudantes, principalmente os mais pobres do nosso pais.
por Walter Santos – estudante de Ciências Sociais da UFPA e Coordenador Geral do DCE UFPA